sexta-feira, 17 de junho de 2011

SPFW - Sexta-feira





Alexandre Herchcovith sempre tem algo novo para acrescentar as suas coleções, e não estou falando apenas de peças. O estilista desenvolve conceitos e sempre nos surpreende com a sua visão, até quando o assunto é pesca, caça e camping, como nesse verão. Os homens de Herchcovith vão mergulhar em peças utilitárias com ar sportswear para desfrutar de dias de aventura, e ainda sim, vão vestir uma alfaiataria fresca e atual. Aliás, os blazers estampados em tons de rosa revelam o quanto o cliente da marca é contemporâneo. A cartela cáqui, marinho, carbono e off-white fica inovadora quando o designer acrescenta o tom de vermelho as peças, afinal de contas, a cor é símbolo de perigo nas aventuras e usada como sinalização de ajuda. Simples e inteligente, e se eu fosse homem, só vestiria roupas do ‘cara’.





A Neon de Dudu Bertholini e Rita Comparato desfilou no Museu Brasileiro de Escultura (Mube) o seu verão 2012 carregado de referências 60´s (ufa!). A marca apostou nos elementos do Bauhaus para moldar sua coleção, por isso, a simplicidade de formas esteve muito presente em peças essencialmente geométricas. Geométrica também era a estamparia, que monocromática ou mega colorida, agregou elementos Art Déco. O mix dessas duas vertentes tão distintas resultou em um equilíbrio estético, pois aonde havia simplicidade no shape, lá estavam as cores chamando atenção para si. A silhueta feminina e acinturada foi muito explorada em macacos (e todas as suas variações), além das túnicas amplas que viravam vestidos longos. Nada como o criador para definir melhor sua obra, para Dudu o verão da Neon é ‘Uma Bauhaus tropical’.



A Ellus se inspirou nos festivais de música ao ar livre, e como não poderia deixar de ser, o rock embalou o desfile na trilha sonora e nas referências também. O verão da marca foi trabalhado em vestidos-túnicas, shorts e diversos shapes de calças, que variavam da skinny a pantalona. As jaquetas também surgiram em diferentes interpretações: motoqueiro, tipo colete, e as minhas preferidas, as de couro que terminam na altura do busto. Essas sim prometem ser o ‘must have’ da coleção, junto ao jeans lavado com manchas sutis de amarelo-neon. A alfaiataria também apareceu em blazers e camisarias estampadas, o que garantiu sofisticação a uma coleção streetwear.







A V.Room, marca masculina comandada por Igor de Barros, escolheu o filme ‘Fome de Viver’ para contar o seu verão. O desfile foi como um filme, já que a história passeou pela passarela do SPFW com modelos-vampiros que foram envelhecendo no decorrer no desfile. O que se viu foi muita mistura de peças esportivas e clássivas, formando um estilo neo-casual. A alfaiataria brincou com os tecidos esportivos, exemplo das calças slim que eram surpreendidas com a composição de tênis de cano alto. As muitas sobreposições ganharam vida através da interferência da cartela de cor e estampas, que de sombrias não tinham nada: muitos looks brancos, estampas de rosas, preto, mesclas e rosados. Vampiros moderninhos!









O fashion show (literalmente!) apresentado por Fause Haten para a FH trouxe os mais lindos sonhos de menina para a passarela. Baseado em um poema que também serviu como trilha sonora, o desfile explorou vestidos-camisolas embalados pelo som de caixinhas de música. Os materiais utilizados eram delicados como esses sonhos de menina : renda guipire, tule e tafetá, muitas vezes bordados. O branco trouxe a aura das nuvens junto aos tons lavados e sutis, que pincelaram a coleção com feminilidade e delicadeza. A modelagem brincou com a estrutura lânguida e fluida em contraponto a volumes bufatante: todos apaixonantes. A coleção, que por sinal foi muito bem amarrada, foi pontuada por uma sofisticação despojada, já que as peças foram inspiradas em pijamas. Mas é exatamente na hora do sono que os mais lindos sonhos surgem e as meninas voam para longe, um lugar mágico que Fause Haten nos levou também.



O beachwear de Adriana Degreas é brasileiro e muito elegante, e para esse verão, inspirado em shapes 70 e 80´s. As estampas tropicais de folhagem ampliada traduziram o tropicalismo sofisticado explorado pela estilista, ou seja, equilíbrio comercial. A modelagem com ar vintage trouxe hot pants e shapes menos elaborados, e ainda sim interessantes, já que idéia era exatamente traduzir sofisticação. Os tons terrosos como o marrom, verde folha e off-white coloriram as lindas estampas que estavam também nas roupas que acompanhavam os biquínis e maiôs. Os lindos caftãs esvoaçantes e as batas exploraram uma vertente além da roupa pós-praia. O desfile contou também com a presença da atriz Sônia Braga, que fez uma performance super-mulher, como as clientes de Adriana.









A coleção de verão 2012 de Lino Villaventura trouxe para o SPFW a especialidade do estilista: vestidos de festas trabalhados em modelagens inteligentes (muitas desenvolvidas através da técnica de moulage) em tecidos ricos e nobres. Os tons lavados se confundiam ao branco em roses e azuis, delicados também eram os tecidos transparentes, ora plissados, ora nervurados. A silhueta fluída com referências gregas parecia enrolar as modelos, e as pregas e amarrações de flores foram fundamentais para alcançar tal visual. A abundância de tecidos sobrepostos trouxe volume a esses shapes vaporosos, o que resultou em uma brincadeira de tecidos surpreendente.  Lindo desfile em lindos vestidos de festa, do tipo  ‘quero já’.



fonte: elle.abril.br


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