|
Galeria La Fayette - Paris. |
A Europa não está passando apenas por uma crise econômica,
mas também por uma crise de identidade. Quisera eu ser a autora dessa afirmação
tão preciosa! A verdade é que ouvi a impactante frase de uma economista
italiana em uma entrevista para a maior emissora local e, insistentemente, ela
não saiu da minha cabeça. Aliás, ela resumiu com maestria o ‘por que’ de a etnia
ser uma das tendências-chave do verão europeu. A descrença no ‘modelo europeu’ e
a ascensão econômica de países cheios de excentricidades (como o nosso) pilhou
os designers a viajarem (literalmente) até esses locais de cultura rica e
colorida. Marc Jacobs passou por aqui mês passado acompanhado do namorado,
lembram?
|
Dolce & Gabbana. |
|
Galeria La Fayette - Paris.
|
|
Galeria La Fayette - Paris.
|
|
Prada. |
|
Missoni. |
|
Multimarcas em Pescara. |
Índia, China, Japão, África, Brasil e outros países latinos
foram os responsáveis pela animação na roupa e, consequentemente, no estado de
espírito dessa Europa murcha, murcha. As padronagens étnicas - e suas misturas
- são as principais responsáveis pela vitalidade nas vitrines e nas araras das
grandes lojas. De fato, é quente e contagiante! Consequentemente, o mix de
estampas se confirmou como o truque de styling número um por lá. A boa notícia
é que misturar esses motivos de raiz não é mais motivo para desespero entre os
simples mortais que acham tal aventura um risco para a estética, exatamente
porque esse mix acontece tão naturalmente quando a natureza dessas culturas. A
má: não é mais opção, é obrigação!
|
Prada - Galeria La Fayette - Paris. |
|
Galeria La Fayette - Paris.
|
|
Izabel Marrant. |
As estampas geométricas africanas, as navajos indígenas e as
coloridas e ricas indianas se confundem em um mar tropical de folhagens. (Essa
outra vertente da estamparia inspirada na ilha paradisíaca, mais ligada à água
do que a terra, a gente fala amanhã). Por enquanto, vamos nos ater a
pluralidade dessas culturas, que trouxeram, além das estampas, as técnicas têxteis
artesanais. O tricot, que vai te aquecer contra a brisa do final da tarde, tem
trama tipicamente arraigada à cultura de cada país. Bom exemplo é a nossa renda
e crochê típicos do nordeste! As bijoux, feitas de miçangas e balangandãs com
vida, também são extraídas do universo natural desses povos. O maxi colar – que
continua – se não é barroco, é artesanal. O couro, o chamois e todo tipo de
tecido conectado com o mundo animal/natural sobrevivem mais do que nunca, assim
como essas culturas. Cor quente de pôr do sol na África e toques de neon
oriundos das frutas cítricas. Aliás, se antes era a banana da Prada e o abacaxi
de Stella, agora, a bola da vez é a pimenta da Dolce. As flores abandonam o
lado do doce liberty e florescem para valer: grandes, coloridos e até cafonas,
como o girassol de Miuccia.
É tudo de e da raiz: autêntico, verdadeiro e calliente. Pelo
menos nós, brasileiros, estamos em casa!
Carol seu blog ta o maximo. Sucesso meu amor!!!!
ResponderExcluir