Glória Coelho: o ar futurista ainda é a estética preferida
da estilista, mas dessa vez, ela surgiu aliada a uma boa dose de feminilidade. O
inverno 2012 de Glória é estruturado, arquitetônico, repleta de modelagens que
desafiam a nossa percepção, e com toque sensual contemporâneo. A transparência,
os babados localizados e abundantes (teve até Peplums – no jeito rígido de
Glória!), micro e mídi comprimentos, recortes reveladores e shape ajustado ao corpo,
foram algumas das interpretações da estilista para essa mulher, que até quando
sexy, é inovadora. Os tecidos são sempre estruturados, não importa a sua
natureza, rígida ou leve. Por exemplo, o couro, a alfaiataria e a pele de vaca
foram intercalados a tules e organzas delicadas, o que garantiu um equilíbrio visual
interessantíssimo. A cartela também contribuiu para esse aquilíbro : gelo,
chantilly, areia, preto, camelo e pequenas doses vibrantes de vermelho, prata e
verde-lima. Até ela apostou nos bordados, nos ombros arredondados, nos
conjuntinhos e outras mais tendências já anunciadas, mas ainda assim, Glória sabe
originalizar o comum e transformá-lo em incomum!
Maria Bonita: inspirada na região Norte do Brasil e,
principalmente, na Amazônia, o inverno da marca trouxe cores barrentas à
passarela do SPFW. Mistura de materiais com efeito natural e clássico foram
muito explorados, como na alfaiataria, no crochê, nos bordados artesanais e
tricôs felpudos. O shape é modernete,
afastado do corpo (exceto os looks arrematados por cintos fininhos) e em
comprimentos mídis - tudo bem característicos da marca. Além disso, volumes e elementos
oversize também foram utilizados. A brincadeira entre diversos materiais e suas
cores foi inusitado, principalmente pelo efeito metalizado, pela coloração
verde musgo, jade, mostarda e bronze. As folhagens que cobriam a passarela,
muitas vezes se confundiam aos looks apresentados, seja pela textura ou pelo tom florestal. Assim como a estética
total, bem rústica, as tramas e tecidos construídos a partir dessas formaram
efeitos gráficos.
UMA por Raquel Davidowicz: depois de dois anos out da semana
de moda paulista, a marca trouxe mulheres reais a passarela do evento. Não só
pela coleção usável e minimalista, mas, principalmente, pela escolhe de
não-modelos para desfilar as criações da marca. Minimalista, contemporânea e
pé no chão , o inverno da UMA é para mulheres dinâmicas, básicas e até com
pegada masculina. Os looks, em sua maioria, atemporais, revelaram também
tendências do inverno: o próprio minimalismo, metalizados, tecidos texturizados
e cartela neutra. Outra boa proposta tem a ver com o caimento das peças, já que
a fluidez e estrutura desfilaram lado a lado várias vezes. Tecidos moles e pesados,
casacos bem arquitetados, tricôs e couro amarrotado, viajaram por tons de
mescla, P&B, terrosos e vermelhos. Clean, bem acabada e destinada a
mulheres que, muitas vezes, não tem tempo e nem saco para modinhas, só para uma
boa roupa.
João Pimenta: coleção masculina não é sinônimo de simplicidade e 'mesmice' na concepção do estilista, pelo ao contrário. O inverno 2012 em sua interpretação será decorado, pomposo e com muita dramaticidade.
Desenvolvido, principalmente, a partir de experimentações em cima da clássica
alfaiataria, a coleção misturou muitos elementos vintage a contemporâneas.
Lembra dos homens que eram os verdadeiros ícones de moda nos séculos passados?
Pois bem, se Luis XV vivesse nos tempos de hoje, ele vestiria João Pimenta.
Smoking recortados, alfaiataria com mistura de tecidos (e, conseqüentemente,
texturas), padrões ornamentados, calças culotes, maxi saias, sobreposições de
efeito armadura, coletes variados e lapelas criativas foram algumas das
peças-figurino apresentadas no SPFW. A cartela dark e misteriosa foi pontuada
por veludos, brocados, couro e um curioso tecido resinado com efeito de
manchas. A impressão era de que esses homens tinham acabada de terminar um "longo plantão em meio a leprosos miseráveis" e, mesmo assim, não esqueceram a
elegância dos históricos Dandys. Drama, mesmo!
Lino Villaventura: sereias exuberantes desfilaram os
vestidos de festa de Lino nesse inverno. Vestidos volumosos, com preenchimento
de tule nas saias e arrematados por um tecido com efeito de barbatana abriram o
desfile do estilista. Negros e com toque aveludado, os tecidos nobres se
alternaram nessa peças impactantes. Bordados cristalizados, decotes generosos e
transparências expuseram o corpo dessa mulher teatral, que além dos mega vestidos,
também vestiu peças coladas ao corpo. Maxi capas foram utilizadas para arrematar
alguns looks poderosos e dramáticos, sem falar nos arranjos-máscara nos cabelo.
Na cartela, além do preto e suas nuances texturizadas, nude, vermelho, laranja
e estampas surrealistas. A coleção parecia representar o closet da Rainha
Úrula, aquela vilã-polvo da Pequena Sereia: volumosa, imponente e dark.
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