Neon: nada de túnicas esvoaçantes e maxi caftas na coleção
da Neon, muito pelo ao contrário. Nesse inverno, a marca apostou em peças
estruturadas e com shape ajustadinho ao corpo.
As famosas estampas estavam lá, mas também não foram o foco principal de
Dudu Bertholini e Rita Comparato, já que elas apareceram apenas para arrematar
e entusiasmar algumas produções animadas por si só. Looks monocromáticos de
cores vibrantes e outros compostos por essas mesmas cores misturadas entre si revelaram
um inverno calliente e extravagante. Na contramão dos tons monótonos e do
brilho texturizado, a marca trouxe peças clássicas (como a alfaiataria e os
vestidos midi colados) e outras mais ousadas (como as sais em pétalas estruturadas
– puro conceito). Se depender da Neon, o tomara-que-caia continua sendo o
decote preferido das brasileiras, e o chapelão confirma o clima veraneio em
pleno inverno!
Fernanda Yamamoto: inspirada no Renascentismo, a promissora
estilista apresentou um inverno rico como o tema. Super estampada, a coleção
trabalhou de maneira chique e original a mistura entre esses motivos
geométricos e repetitivos. Além da estamparia, outro forte ponto da coleção
foram os bordados localizados: no colo, nas mangas e em recortes específicos,
esses pontos de luz foram fundamentais para sofisticar ainda mais as peças de
toque clássico. A alfaiataria, a camisaria, a feminilidade da saia-lápis e dos
vestidos justos ao corpo foram muito explorados, além de outras peças levemente
armadas, contemporâneas e até com toque esportivo. A cartela passeou pelos tons
terrosos de marrom, ocre ecamelo, preto, vermelho, verde-musgo e rosê – tudo bem
contido, elegante e diluído nessas estampas marcantes. O ombro também ganhou
atenção especial da estilista, que além de bordá-los, investiu em volumes e
shape arredondado.
Alexandre Herchcovitch: alfaiataria e muitos toques
esportivos reinaram na coleção masculina de Herchcovitch, ambos, aliás,
migraram entre si o tempo todo. Tecidos tecnológicos e clássicos se alternaram
em uma silhueta sport chique, seja pelos casacos de neve volumosos, pelos
quimonos arrematados por faixas ou bermudas-calças listradas. Nada caricata, mas
facilmente detectadas, essas referências do sportswear foram adaptada a uma
estética contemporânea. Nada com isso, o tema era o judaísmo, aí entraram as
franjas e luvas de couro típicas da indumentária religiosa. Branco, preto,
marinho e outros tons azulados coloriram elegantemente o inverno do estilista, que
usou bastante o efeito acolchoado em alguns casacos e abotoamento duplo ou
transpassado em outros. Calças mais curtas e folgadas ( até com elástico na
barra) ou sequinhas, todas foram desfiladas com barras despojadamente dobradas.
Amapô: a marca propôs uma brincadeira interessante em um jogo
de ‘mostra’ e ‘esconde’. Peças super fechadas, como os macacões de malha, e outras
repletas de recortes que revelavam a pele, foram transformadas pelas estilistas Carolina
Gold e Pitty Taliani e expostas como esboços. Na verdade, a idéia era explorar
as bases, as linhas e as principais estruturas que compõe uma peça de roupa,
para isso, desestruturar a modelagem foi fundamental. Esse conceito se transformou
em uma coleção também conceitual, mas com boas peças usáveis, como os vestidos que
comportados, com gola alta e manga comprida. As mais experimentais foram, sem
dúvida, as camisarias, que pularam do estilo clássico direto para o estilo arquitetônico.
Enquanto se podia presenciar looks bem construídos, também se podia ver, logo
depois, o seu raio-x. Estampas maluquetes, aplicações, transparência e efeito
metalizado ajudaram a nortear esse
universo da experimentação, aonde tudo é possível e nada é errado.
André Lima: no último desfile da temporada, o estilista foi
muito feliz ao abordar a temática mais interpretada nesse inverno 2012: o
decorativismo. Texturas mil, estampas exuberantes, brilhos, brocados e volumes
transbordaram na passarela ao representar, principalmente, a estética oriental.
Gueixas contemporâneas, que usam além do quimono, vestido tubinho, alfaiataria
e até saias volumosas, desfilaram uma imensa gama de ricas matérias-primas.
Dourado, laranja, preto, azul klein e violeta foram alguns dos tons imponentes que
coloriram a mistura de estampas e os tecidos com fios metalizados. Além do
orientalismo, uma onda espanhola também pairou no desfile, com looks construídos
a partir de camadas, muitos babados e calças de cintura alta como as dos
toureiros. Extravagância, boa dose de irrealidade e muito luxo nos detalhes.
André lima desenvolveu uma coleção em que o mundo e suas várias culturas a
inspirou, e com isso, ele nos leva junto a esses lugares tão maravilhosos e
icônicos.
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