terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Resumo SPFW | Terça-feira





Neon: nada de túnicas esvoaçantes e maxi caftas na coleção da Neon, muito pelo ao contrário. Nesse inverno, a marca apostou em peças estruturadas e com shape ajustadinho ao corpo.  As famosas estampas estavam lá, mas também não foram o foco principal de Dudu Bertholini e Rita Comparato, já que elas apareceram apenas para arrematar e entusiasmar algumas produções animadas por si só. Looks monocromáticos de cores vibrantes e outros compostos por essas mesmas cores misturadas entre si revelaram um inverno calliente e extravagante. Na contramão dos tons monótonos e do brilho texturizado, a marca trouxe peças clássicas (como a alfaiataria e os vestidos midi colados) e outras mais ousadas (como as sais em pétalas estruturadas – puro conceito). Se depender da Neon, o tomara-que-caia continua sendo o decote preferido das brasileiras, e o chapelão confirma o clima veraneio em pleno inverno!







Fernanda Yamamoto: inspirada no Renascentismo, a promissora estilista apresentou um inverno rico como o tema. Super estampada, a coleção trabalhou de maneira chique e original a mistura entre esses motivos geométricos e repetitivos. Além da estamparia, outro forte ponto da coleção foram os bordados localizados: no colo, nas mangas e em recortes específicos, esses pontos de luz foram fundamentais para sofisticar ainda mais as peças de toque clássico. A alfaiataria, a camisaria, a feminilidade da saia-lápis e dos vestidos justos ao corpo foram muito explorados, além de outras peças levemente armadas, contemporâneas e até com toque esportivo. A cartela passeou pelos tons terrosos de marrom, ocre ecamelo, preto, vermelho, verde-musgo e rosê – tudo bem contido, elegante e diluído nessas estampas marcantes. O ombro também ganhou atenção especial da estilista, que além de bordá-los, investiu em volumes e shape arredondado.







Alexandre Herchcovitch: alfaiataria e muitos toques esportivos reinaram na coleção masculina de Herchcovitch, ambos, aliás, migraram entre si o tempo todo. Tecidos tecnológicos e clássicos se alternaram em uma silhueta sport chique, seja pelos casacos de neve volumosos, pelos quimonos arrematados por faixas ou bermudas-calças listradas. Nada caricata, mas facilmente detectadas, essas referências do sportswear foram adaptada a uma estética contemporânea. Nada com isso, o tema era o judaísmo, aí entraram as franjas e luvas de couro típicas da indumentária religiosa. Branco, preto, marinho e outros tons azulados coloriram elegantemente o inverno do estilista, que usou bastante o efeito acolchoado em alguns casacos e abotoamento duplo ou transpassado em outros. Calças mais curtas e folgadas ( até com elástico na barra) ou sequinhas, todas foram desfiladas com barras despojadamente dobradas. 







Amapô: a marca propôs uma brincadeira interessante em um jogo de ‘mostra’ e ‘esconde’. Peças super fechadas, como os macacões de malha, e outras repletas de recortes que revelavam a pele, foram transformadas pelas estilistas Carolina Gold e Pitty Taliani e expostas como esboços. Na verdade, a idéia era explorar as bases, as linhas e as principais estruturas que compõe uma peça de roupa, para isso, desestruturar a modelagem foi fundamental. Esse conceito se transformou em uma coleção também conceitual, mas com boas peças usáveis, como os vestidos que comportados, com gola alta e manga comprida. As mais experimentais foram, sem dúvida, as camisarias, que pularam do estilo clássico direto para o estilo arquitetônico. Enquanto se podia presenciar looks bem construídos, também se podia ver, logo depois, o seu raio-x. Estampas maluquetes, aplicações, transparência e efeito metalizado  ajudaram a nortear esse universo da experimentação, aonde tudo é possível e nada é errado.






André Lima: no último desfile da temporada, o estilista foi muito feliz ao abordar a temática mais interpretada nesse inverno 2012: o decorativismo. Texturas mil, estampas exuberantes, brilhos, brocados e volumes transbordaram na passarela ao representar, principalmente, a estética oriental. Gueixas contemporâneas, que usam além do quimono, vestido tubinho, alfaiataria e até saias volumosas, desfilaram uma imensa gama de ricas matérias-primas. Dourado, laranja, preto, azul klein e violeta foram alguns dos tons imponentes que coloriram a mistura de estampas e os tecidos com fios metalizados. Além do orientalismo, uma onda espanhola também pairou no desfile, com looks construídos a partir de camadas, muitos babados e calças de cintura alta como as dos toureiros. Extravagância, boa dose de irrealidade e muito luxo nos detalhes. André lima desenvolveu uma coleção em que o mundo e suas várias culturas a inspirou, e com isso, ele nos leva junto a esses lugares tão maravilhosos e icônicos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário