Ao remexer nas minhas pastas de arquivos do caCOOL, me dei conta que muitas pautas pré-programadas ainda não tinham ido ao ar, principalmente por que o blog estava envolvido com a seqüência de eventos de moda no nosso território como o SPFW e Fashion Rio. Bom, chegou a hora então de tirarmos o atraso! E o primeiro assunto que vou dividir com vocês é a questão da mudança nos comprimentos de saias e vestidos para as próximas estações. E para aqueles que acham que apenas o longo está em alta, estão bem enganados. O próximo verão será muito democrático quanto às pernas desnudas, seja com os comprimentos mini, midi e o próprio longo.
O míni é nosso velho conhecido, por isso vamos focar apenas no que é realmente ‘novo’ aos nossos olhos e corpos. O principal motivo do resgate dos comprimentos mais comportados é exatamente o resgate de referências de décadas aonde o midi e o longo eram a sensação da vez. E aí estão as democracias, para todos os gostos: longos fluídos anos 70, midi rodado anos 50, longuete anos 40 e tubulares abaixo do joelho anos 20. Ufa! Ou seja, nesse finalzinho de inverno (até porque algumas dessas sementinhas já haviam sido plantadas), para o próximo verão e com certeza no próximo inverno, essas tendências servirão de guia natural de elegância e informação de moda.
Mas nem tudo são flores, já que existem três grandes desafios para essa moda pegar por aqui: o primeiro está relacionado à proporção corpo X peça e o segundo ao clima (sensação) dos modelos – todos esses batem de frente com o que o consumidor brasileiro está acostumado a comprar. Os comprimentos mais alongados podem tornar uma difícil missão para as mulheres mais baixas (buá!) e acima do peso, ou simplesmente, com o biótipo da mulher brasileira. O longuete e midi, por exemplo, nos dão a impressão de que a pessoa é mais baixa do que ela realmente é, porque acaba causando um efeito de divisão no corpo da mulher ao cortá-lo em blocos. E tem mais, normalmente essas peças são altamente acinturadas (lê-se ‘de cintura alta’), por isso, mais uma divisão no corpo e conseqüentemente mais uma dificuldade para as baixinhas. Em compensação, o longo alonga! Mas aí vem outro problema, quem está acima do peso pode se sentir desconfortável com a quantidade de acúmulo de pano das saias vaporosas, por isso, o melhor é optar pelas retas e que também marcam a cintura, o que ajuda a disfarçar os quilinhos a mais. A dica é: bom senso de proporção é fundamental, e principalmente de conforto!
O outro desafio é um pouco mais fácil de ser solucionado, já que essas peças migraram das décadas passadas direto para as nossas ruas, é bem provável que as jovens se sintam um pouco envelhecidas com os modelos, ou até mesmo que pareçam ter desembarcado da máquina do tempo. Sem problemas! O vintage se tornou tão fascinante e atual (e tendência!) quanto uma saia descoberta do armário da avó. Uma opção é assumir o clima empoeirado, mas também há a opção de mixar essas peças older a peças urbanas, atuais e básicas, como um bom blazer, t-shirt, jaqueta de couro, coturno e sapato Oxford. Aliás, adoro esse mix de referências femininas e masculinas.
Mas será que as brasileiras vão se sentir a vontade ao tapar o que elas mais valorizam, ou seja, o corpo? É óbvio que os mínis são preferência nacional, mas eu espero que essa moda pegue e que as obviedades fiquem de lado. Vamos aproveitar os lançamentos de verão e esperarmos para ver se as marcas locais vão realmente apostar nos modelos ‘menos comerciais’, como fizeram nos desfiles do Fashion Rio. Enquanto isso, se inspirem nas fotos de street style e nas produções de passarela - elas podem render bons frutos!
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