Música e moda cantam e vestem comportamento – não necessariamente
nessa ordem. As duas artes se influenciam desde sempre, por isso, é comum nos chocarmos
na história com estrelas da música que, além desta, reluzam também o seu
vestuário. Tanto que esses tais ícones acabam se confundindo, não é mesmo?
Muitas vezes, nem nos lembramos se o carinha surgiu da música ou se a moda
surgiu dele. O que importa é que a sua mensagem seja a mesma nas duas artes e
comunique igual e intensamente nessas duas vertentes de massa - aí não é fake,
é essência. Ganhamos nós! Indignação, repressão, sensualidade e, até mesmo, a
simples vontade de ‘crescer e aparecer’ são alguns dos causadores de uma roupa
assim ou assado. Por esse último fator (e por conta também de uma boa dose de
ironia, diga-se de passagem) os estilos extravagantemente estranhos adotados
por algumas cantoras atuais tem se disseminado. Ou seja, vale ser fake
propositalmente!
Antes se falava de Lady Gaga, agora as bolas da vez são Nick
Minaj e M.I.A. As duas hip hop girls
andam conquistando, além dos fãs, diversos veículos de moda mundo a fora. Nick ganhou diversas capas
Vogues de norte a sul, e na última matéria sobre a rapper, que saiu na
recém-lançada Vogue britânica de março, ela aparecer à La Avatar sedutora: pele
azul, vestido vermelho e cabelo rosa. Color blocking incorporado na pele! No
Brasil, a mesma revista dedicou uma super matéria a ela em sua última edição. A
capa by Adriana Lima é linda, mas não se deixa enganar pela superfície – o conteúdo
do folhetim fashion está ir-re-sis-tí-vel. Já M.I.A, lá fora é queridinha da QG e outras mais, por
aqui, a revista Serafina da Folha de São Paulo dessa semana também ousou citar
o seu estilo árabe ousado.
Misturar, gritar e exagerar é o lema no estilo de ambas as moçinhas,
que adoram e exploram looks atuais, divertidos e originais nesse mood de
overdose. Eles contam com dose extra de praticamente tudo: estampas, cores,
brilhos, acessórios e, principalmente, influências. Talvez por suas heranças
culturais (Nick nasceu em Trinidad e Tobago e M.I.A tem origem do Sri Lanka ),
a verdade é que as duas sabem misturar referências globais como ninguém. A
urbanidade está lá, afinal de contas, elas são fruto dessa geração pop de rua,
mas além dessa, suas produções contam também com boa dose de tribalismo, orientalismo
e barroquismo. Print geométrico vibrante se confunde com grafites, que se
mesclam a motivos barrocos e beneficiamentos de diversos lugares do mundo
(índia, áfrica...). Desvendar os looks das meninas é tomar uma coça de cultura
e brincar de Onde está o Wally?, ou
seja, divertido e sábio. Acima de tudo, é kicth e é para aonde os ventos da
moda sopram: ao infinito e além! Ser cafona, definitivamente, está na moda.
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