sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Resumo SPFW | Sexta-feira





Pedro Lourenço: o estilista já havia apresentado essa mesma coleção nos desfiles pré-fall em NY, mas a ansiedade em torno do seu inverno não diminui por aqui. Os fashionistas brasileiros querem mesmo é ver Pedro e seu produto – considerado, internacionalmente e atualmente, o de melhor qualidade e vigor criativo -  desfilaram em seu solo!  A coleção, inspirada na Patagônia e nas terras gélidas da região, contou com o mesmo preciosismo de linhas, materiais e estampas que elevaram o estilista a esse superior patamar. Além da estrutura e minimalismo de suas peças, para esse inverno, ele ousou pontuá-las com uma delicada fluidez. Ou seja: peças equilibradas, menos rígidas e levemente mais femininas. A alfaiataria primorosa continua, assim como a estamparia precisa – dessa vez, com paisagens do local-referência. Recortes, shapes tubulares, ombros arredondados, calças retas e uma brincadeira com volumes (nos bottons ou nos tops, e vice e versa) foram explorados em tons gélidos e iluminadores. A pele de lhama fake garantiu ainda mais sofisticação à coleção, que só confirmou o que os rumores já previam: ele é o cara do momento!








R.Rosner :  se o assunto é vestido de festa, nada melhor do que uma coleção arrebatadora e dramática! Na estréia da marca comandada por Rodrigo Rosner, muitos tecidos nobres, impactantes e repletos de beneficiamentos que os exaltaram ainda mais - como bordados, aplicações e brocados. A coleção, inspirada nas mariposas, vestiu as modelos como verdadeiras damas de preto, exceto pelos pontos de luz coloridos causado por manchas estratégicas que imitavam as asas do inseto. A transparência foi o principal apelo do estilista nesse inverno, seja causada pelos tecidos leves e vaporosos, pelas rendas vazadas ou por microtules interpretados em segunda-pele. Sensualidade e sofisticação, e um ‘quê’ de espetáculo.  Cintura marcada, longos esvoaçantes, babados localizados, e muito, mas muito brilho, nos bordados e tecidos acetinados. Além do preto na cartela, também teve nude, dourado, azul klein, violeta e amarelo. Decorativismo puro e luxo!






Alexandre Herchcovitch : o inverno do renomado estilista é mínimal e com shape predominantemente oval, principalmente nas mangas, busto, saias e eggcoats.O efeito redondamente inflado é uma grande aposta internacional, e se confirma na passarela brasileira com a coleção de Herchcovicth no SPFW e no Fashion Rio (lembram que sua marca de jeans também abordou esse shape?). Tecidos ricos e de nuances opostas garantiram contemporaneidade aos looks da coleção, como a junção de renda e lã numa mesma peça, e verniz e alfaiataria em outras. Além dos pesos, esses tecidos também se diferenciavam na textura (nervurada, brilhosa, aveludada...), o que resultou em um visual ora retro, ora modernete - para isso, brocados, chamois, verniz, metal emborrachado, acetinados, e aqueles outros que já citamos logo em cima. A gama de matérias-primas equilibrou a limpeza de linhas e a silhueta seca. O efeito transpasse/envelope também conquistou: com zíper, botão ou até mesmo seguro por faixas, eles destacaram, literalmente, os casacos (choppeds ou mídis), saias e camisas. Outra boa aposta, anote aí: peças bicolores com efeito dubble face, e debruns coloridos com efeito recorte. A cartela é bem inverno 2012: bordot, camelo, marrom, amarelo mostarda e tons alaranjados.







Iódice : super feminina e até sensual, a coleção do Iódice surpreendeu pela pegada elegante-poderosa. Mas só podia ser dessa maneira, já que a inspiração vinha de um livro aonde rock stars vestiam Versace. Além dessa pegada rock glam, peças clássicas e com muitas referências gregas (repare na gladiadora nos pés!) foram adaptadas a tecidos imponentes, texturizados e sofisticados. A cintura rebaixada e alguns looks tubulares não esconderam a pegada sexy da coleção, exemplo da estampa de cobra, o verniz, o couro, os bordados, os metalizados e as transparências. A cintura marcada também apareceu, mas o shape soltinho e confortável predominou, principalmente em blusas e vestidos frente-única. Outras várias variações de decotes e recortes exaltaram os ombros e colo da mulher – comportado redondo, elaborado sensual e o comercial tomara-que-caia. Babados, toques assimétricos e franzidos e repuxados localizados moldaram a silhueta lânguida da coleção. E mais metal, mais camisaria, mais bordados, e tudo mais o que inverno 2012 está pedindo!






Triton : com pegada clean e geométrica, mas ainda sim jovem, a Triton fechou o segundo dia de desfiles do SPFW. A estamparia, principal aposta dessa coleção, apareceu em praticamente todos os looks: seja em um mix divertido entre elas, em conjuntinhos pijamas com padronagens idênticas ou até naqueles conjuntos diferenciados, mas estrategicamente  bem compostos. Assim como o shape arquitetônico, a estampa evoluiu na mesma vibe, com listrados, bolas, formas góticas e até meio psicodélicas – e se essas deram movimento aos looks, a cintura soltinha e alguns babados também o fizeram. A cartela de cores era invernal e com pitada sombria: cinza envelhecido, preto, azuis-esverdeados, laranjas, mostardas, e com nuances de camelos típicas do inverno 2012. Viva e sóbria, estampa e silhueta! Ainda que mais madura, a coleção conseguiu despertar desejo teen e alternativo,  vide os vestidos bem estruturados e sensuais na medida, na camisaria-hit, os sweaters-curingas e na clássica alfaiataria fit. Além do mais, a atitude é fresh, contemporânea, urbana e com a cara da cliente Triton, que assim como a marca, almeja novos vôos.  Nos tecidos, firmeza alternada a fluidez, recortes e bordados pontuados, tweeds joviais e tricôs. Aliás, como na maioria dos desfiles dessa temporada, a alternância de texturas reinou na Triton. 

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