Pedro Lourenço: o estilista já havia apresentado essa mesma
coleção nos desfiles pré-fall em NY, mas a ansiedade em torno do seu inverno
não diminui por aqui. Os fashionistas brasileiros querem mesmo é ver Pedro e
seu produto – considerado, internacionalmente e atualmente, o de melhor
qualidade e vigor criativo - desfilaram
em seu solo! A coleção, inspirada na
Patagônia e nas terras gélidas da região, contou com o mesmo preciosismo de
linhas, materiais e estampas que elevaram o estilista a esse superior patamar.
Além da estrutura e minimalismo de suas peças, para esse inverno, ele ousou pontuá-las
com uma delicada fluidez. Ou seja: peças equilibradas, menos rígidas e
levemente mais femininas. A alfaiataria primorosa continua, assim como a
estamparia precisa – dessa vez, com paisagens do local-referência. Recortes,
shapes tubulares, ombros arredondados, calças retas e uma brincadeira com
volumes (nos bottons ou nos tops, e vice e versa) foram explorados em tons
gélidos e iluminadores. A pele de lhama fake garantiu ainda mais sofisticação à
coleção, que só confirmou o que os rumores já previam: ele é o cara do momento!
R.Rosner : se o
assunto é vestido de festa, nada melhor do que uma coleção arrebatadora e dramática!
Na estréia da marca comandada por Rodrigo Rosner, muitos tecidos nobres,
impactantes e repletos de beneficiamentos que os exaltaram ainda mais - como bordados,
aplicações e brocados. A coleção, inspirada nas mariposas, vestiu as modelos
como verdadeiras damas de preto, exceto pelos pontos de luz coloridos causado
por manchas estratégicas que imitavam as asas do inseto. A transparência foi o principal
apelo do estilista nesse inverno, seja causada pelos tecidos leves e vaporosos,
pelas rendas vazadas ou por microtules interpretados em segunda-pele. Sensualidade
e sofisticação, e um ‘quê’ de espetáculo.
Cintura marcada, longos esvoaçantes, babados localizados, e muito, mas
muito brilho, nos bordados e tecidos acetinados. Além do preto na cartela,
também teve nude, dourado, azul klein, violeta e amarelo. Decorativismo puro e
luxo!
Alexandre Herchcovitch : o inverno do renomado estilista é mínimal
e com shape predominantemente oval, principalmente nas mangas, busto, saias e
eggcoats.O efeito redondamente inflado é uma grande aposta internacional, e se
confirma na passarela brasileira com a coleção de Herchcovicth no SPFW e no
Fashion Rio (lembram que sua marca de jeans também abordou esse shape?).
Tecidos ricos e de nuances opostas garantiram contemporaneidade aos looks da
coleção, como a junção de renda e lã numa mesma peça, e verniz e alfaiataria em
outras. Além dos pesos, esses tecidos também se diferenciavam na textura (nervurada,
brilhosa, aveludada...), o que resultou em um visual ora retro, ora modernete -
para isso, brocados, chamois, verniz, metal emborrachado, acetinados, e aqueles
outros que já citamos logo em cima. A gama de matérias-primas equilibrou a limpeza
de linhas e a silhueta seca. O efeito transpasse/envelope também conquistou:
com zíper, botão ou até mesmo seguro por faixas, eles destacaram, literalmente,
os casacos (choppeds ou mídis), saias e camisas. Outra boa aposta, anote aí: peças
bicolores com efeito dubble face, e debruns coloridos com efeito recorte. A
cartela é bem inverno 2012: bordot, camelo, marrom, amarelo mostarda e tons
alaranjados.
Iódice : super feminina e até sensual, a coleção do Iódice
surpreendeu pela pegada elegante-poderosa. Mas só podia ser dessa maneira, já
que a inspiração vinha de um livro aonde rock stars vestiam Versace. Além dessa
pegada rock glam, peças clássicas e com muitas referências gregas (repare na
gladiadora nos pés!) foram adaptadas a tecidos imponentes, texturizados e
sofisticados. A cintura rebaixada e alguns looks tubulares não esconderam a
pegada sexy da coleção, exemplo da estampa de cobra, o verniz, o couro, os bordados,
os metalizados e as transparências. A cintura marcada também apareceu, mas o
shape soltinho e confortável predominou, principalmente em blusas e vestidos
frente-única. Outras várias variações de decotes e recortes exaltaram os ombros
e colo da mulher – comportado redondo, elaborado sensual e o comercial
tomara-que-caia. Babados, toques assimétricos e franzidos e repuxados
localizados moldaram a silhueta lânguida da coleção. E mais metal, mais camisaria,
mais bordados, e tudo mais o que inverno 2012 está pedindo!
Triton : com pegada clean e geométrica, mas ainda sim jovem, a Triton fechou o segundo dia de desfiles do SPFW. A estamparia, principal aposta dessa coleção, apareceu em praticamente todos os looks: seja em um mix divertido entre elas, em conjuntinhos pijamas com padronagens idênticas ou até naqueles conjuntos diferenciados, mas estrategicamente bem compostos. Assim como o shape arquitetônico, a estampa evoluiu na mesma vibe, com listrados, bolas, formas góticas e até meio psicodélicas – e se essas deram movimento aos looks, a cintura soltinha e alguns babados também o fizeram. A cartela de cores era invernal e com pitada sombria: cinza envelhecido, preto, azuis-esverdeados, laranjas, mostardas, e com nuances de camelos típicas do inverno 2012. Viva e sóbria, estampa e silhueta! Ainda que mais madura, a coleção conseguiu despertar desejo teen e alternativo, vide os vestidos bem estruturados e sensuais na medida, na camisaria-hit, os sweaters-curingas e na clássica alfaiataria fit. Além do mais, a atitude é fresh, contemporânea, urbana e com a cara da cliente Triton, que assim como a marca, almeja novos vôos. Nos tecidos, firmeza alternada a fluidez, recortes e bordados pontuados, tweeds joviais e tricôs. Aliás, como na maioria dos desfiles dessa temporada, a alternância de texturas reinou na Triton.
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