Giulia Broges : a menina sabe vestir as meninas, e isso é
bem notório na jeito luxuoso, sensual, repleto de tendências de moda e com
toques de inovação que Giulia faz a sua modinha. Inspirada pelo estilo musical
Rock Glam, a coleção de inverno da estilista teve verdadeiramente essa pegada:
roqueira e glamourosa. A cliente Giulia Borges espera ver, se deliciar e
consumir exatamente o que foi apresentado na passarela: peças de silhueta
feminina desenvolvida em tecidos poderosos (renda, brilhos e texturas ricas), tendências bem editadas e adaptadas a elas (babados na cintura, camisaria de seda,
transparência sensual, conjuntinhos e afins) e cartela usável com boas
surpresinhas (como o preto total, os looks P&B e as nuances de neon laranja
e lima). Adorei o mix de tecidos e texturas e as opções de mini saias,
shortinhos, calças e vestidos mídis – para todos os gostos teens o mix de
produto. A pele a mostra também foi uma forte aliada nessa coleção, revelada em
transparências, recortes e tecidos furadinhos. Já vi, mas fiquei com vontade de
muitas coisas!
Nica Kessler: mais uma queridinha minha não me desapontou! Nica
foi até as tribos indígenas Delaware, que viveram ao sul de NYC, para se
inspirar e criar o seu inverno 2012. O resultado: estampas tribais, cartela
quente e vibrante, modelagens superfluidas intercaladas a peças estruturadas e
feminíssimas. A vibe nativa estava na passarela alternada a uma irreverência
bem nova-iorquina – com certeza, reflexo da dualidade da inspiração. Ainda que,
com estamparia étnica, tons terrosos, tecidos característicos como o chamois e o
tricô, e os acessórios artesanais, a atitude e, principalmente, o shape da
coleção, eram da cidade. Vestidos femininos com cintura marcada e babados
localizados, alfaiataria cool, jaquetinhas chopped e macacos (peça
característica de Nica), foram algumas das peças-reflexo desse olhar contemporâneo
a um tema que poderia facilmente ser de leitura ordinária. Ah! O cinto de águia
que arrematou alguns looks é desejo imediato!
Andrea Marques : toque retrôzinho romântico somado ao
minimalismo contemporâneo. O estilo tão característico da estilista foi imposto
com sucesso na passarela de inverno: silhueta feminina, porém comportada, peças
de alfaiataria limpa e outras de fluidez sensual, estampas delicadas e peças
clássicas com toque de refinamento moderno. Comprimento midi, tecidos e efeito
plissado, golas de laçarote, camisaria fresh e vestidos vaporosos apareceram na
passarela em tons ora delicados, ora vibrantes. Chantilly, laranja, preto,
verde-musgo, canela e azul-violeta foram algumas as escolhas acertadas para a
mulher que veste Andrea Marques. Desfile elegante, sofisticado, feminino e com
informações de moda interpretadas de maneira delicada e natural.
Oestúdio : para equilibrar o último dia de desfiles, uma pitada de conceito e experimentalismo. A identidade do Oestúdio estava lá, dessa vez explorada em peças multifuncionais e com plurais interpretações – objetivo da coleção. Super contemporâneo e original, o desfile também contou com peças-sensação do inverno: camisaria, linhas simples, saia longa transparente e a cor laranja – mas tudo com o toque da marca! Variações de verdes fechados e azuis (esses tons até se confundiam), tangerina e preto, coloriam muitos looks monocromáticos e os já famosos conjuntinhos estampados. Aliás, pontos para as estampas, que, com efeito caleidoscópio, impressionaram e confundiram ainda mais as peças de modelagens elaboradas e oversize.
Ausländer : criteriosamente jovem e urbana, o inverno da Ausländer
reuniu essa turminha cool e subiu a serra rumo a uma viagem relaxante. Looks
que mixavam referências boho à peças descoladas da cidade foram desenvolvidos
elegante e confortavelmente. Ou seja: cobertor de lã, por exemplo, ganhou
status de peça-desejo adaptado a maxi poncho, cachecol, saia de cintura alta e
por aí vai. Assim também rolou com os tricôs de pontos largos, que ao invés de
só esquentar, sofisticou as produções e esse clima aconchegante. Cartela de
caubói com nuances de mescla e black. Aliás, essa contradição meio rural x urbano
também se deu nos tecidos: couro, malha, jeans, veludo, e nobres com transparência
brincaram com chamois, tricô, lã e rendados.
O efeito franjado também apareceu, como se aquele velho cobertor estivesse se
desfiando na barra. Para concluir a análise e o Fashion Rio, mais um toque de
tendência: o chapéu de feltro tão hit por aí compôs os looks. Só podia ser a Ausländer!
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