terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Alerta Cultural | Anos 20




Alerta cultural, galera! A Semana de Arte Moderna está completando 90 anos essa semana, como vocês já devem ter lido por aí. Ela aconteceu, mais precisamente, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 em São Paulo, e tinha um importante (e fundamental) objetivo: reivindicar, estimular e modernizar a arte brasileira da época. Experimentações criativas e expressões artísticas nunca vistas antes foram expostas na ocasião em forma de música, poesia, literatura, pintura e escultura. Encontrar uma identidade brasileira em meio a tantas referências européias, além de romper com o passado, era, sem dúvida, o principal desafio dos modernistas por aqui. Discussão ainda cabível na nossa sociedade de consumo, não é mesmo? Quando, depois de 90 anos, muitos brasileiros ainda insistem em exaltar o que vem de fora e desprezar o que se é criado no nosso chão - principalmente na moda! Mas a maré está mudando, vide também a efervescência artístico-cultural no Rio, por exemplo. A verdade é que há tempos não se viam tantas importantes exposições em cartaz na nossa cidade, e vem mais uma por aí! Nessa data especial, nada melhor do que celebrar os 90 anos da Semana de 22, com a exposição Tarsila do Amaral percurso afetivo, mostra individual com obras da pintora que ficará em cartaz até dia 29 de abril do CCBB. Tarsila, umas das ‘cabeças’ da Semana de Arte Moderna e, conseqüentemente, da arte brasileira, a impulsionou e difundiu junto ao Grupo dos Cinco (confraria que reunia os amigos e artistas Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia). Uau! É imperdível e para ficar alerta mesmo. Então, anotem na agenda!


Por falar dessas rupturas com o passado, da modernização artística e de toda essa nova estética por trás do estopim do movimento, não poderia deixar de citar o quanto essa inovação revolucionária afetou a moda. Se você ainda duvidava que moda é comportamento, aí vai mais uma comprovação! Chanel, formas simplificadas e geométricas, decorativismo, cintura rebaixada, cabelos curtos e tantas outras icônicas referências (hoje atuais, mas na época, transgressoras para a mulher) são conseqüência dessa mistura de movimentos e estilos do início do século XX. Fonte inesgotável de inspiração, depois de idas e vindas, os loucos Anos 20 invadiram mais uma vez a moda contemporânea. A Gucci, principal percursora dessa estética com o seu desfile spring summer 2012, ecoou uma nova maneira de interpretar os anos 20, ainda mais moderna. Meio tribalista e hiper ornamentada, essa é cara da referência para as próximas estações. No Brasil, a Animale a retratou no SPFW, e no NY Fashion Week de inverno, que está acontecendo essa semana, Betsey Johnson e BCBG Max Azria confirmaram a  permanência da tendência até o próximo inverno (ou seja, daqui há duas estações brasileiras). Além dessas sofisticadas e artesanais, há também versões mais fresh para o verão: tecidos fluidos, cores alegres e e beneficiamentos menos decorativos, são alguns dos caminhos para se sentir livre, fresca no calor e atualíssima.




A melhor saída para mergulhar de vez nessa bola de neve moderna e começar, desde já, a incorporar essas referências nos seus looks de inverno e do próximo verão, é conferir a exposição de Tarsila de Amaral e contemplar os desfiles internacionais e editoriais que gritam as tendências futuras. Arte e moda de mãos dadas mais uma vez e contanto, em sintonia, a mesmo história. Por falar nisso, a Vogue Brasil desse mês já entrou na dança, ou melhor, no Charleston: confia o vídeo do editorial Era do Jazz que saiu na edição de fevereiro da revista.






CCBB/RJ - Rua Primeiro de Março, 66/2º andar - Centro
de 14 de fevereiro a 29 de abril
De terça à domingo, das 9h as 21h
Entrada franca





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