Que me perdoe a crítica americana, mas W.E, o novo longa
dirigido por Madonna, é um filmaço!
A trama ronda, paralelamente, a história de duas mulheres igualmente românticas,
mas de épocas distintas: Wallis e Wally. A primeira é Wallis Simpson, a plebéia
americana com dois divórcios no currículo e uma reputação duvidosa para a
década de 30, mas que, ainda assim, veio a se tornar mulher de Eduardo VIII
depois de ele abdicar do trono Inglês por ela e seu amor. A segunda, já em
tempo atuais, é uma nova-iorquina obcecada pela história de amor desse casal e que se inspira na ‘xará’ para vencer seus medos e problemas no casamento . Aliás,
aí vai uma dica! Se você não viu o ganhador do Oscar do ano passado O
discurso do rei, veja. W.E (a inicial de Wallis e Eduard)
é, nada mais nada menos, do que o outro lado da moeda sobre o escândalo amoroso
que resultou na sucessão do trono inglês em 1936. Em O discurso do rei, Wallis
é julgada pelo ponto de vista conservador da monarquia inglesa, que a enxerga como
uma típica alpinista social. Já em W.E, a versão é da própria Wallis e do amor fugaz
que existiu entre ela e o rei Eduardo VIII. Resumindo: duas interpretações de
uma mesma história de amor que mudou a história de um país. O conto de fadas ou a política? Eu, obviamente,
fico com o olhar da diva que, sempre transgressora, soube retratar uma mulher nesses
‘moldes’ maravilhosamente.
Mas onde fica a moda em meio a um filme que conta duas
histórias tão profundas: a de um verdadeiro amor e a de um país? Não podia ser superficialmente,
é claro. Nas décadas de 20, 30 e 40, a sociologia da moda não era diferente da de hoje, na
verdade, ela era reflexo imediato dos avanços da sociedade e do comportamento da
mulher moderna. Wallis, definitivamente, estava à frente do seu tempo. O
figurino de Arianne Phillips é de tirar o fôlego e - acreditem - muito
familiar. Comentei até com a minha mãe durante uma cena (dentre tantas outras!)
em que ela veste camisa social com estampa barrada abotoada até o pescoço e
óculos redondinho: “Que imagem de moda atual!’. Street style direto da máquina
do tempo? Atual que nada, nós é que
estamos embarcados nessa deliciosa viagem sem volta. Se nas últimas e nessa
temporada, os anos 20 chacoalharam seu decorativismo e os 30 e 40 resgataram os
conjuntinhos, a cintura marcada e a camisaria masculina, o filme é, sem dúvida,
um banho de informação fresca de tendências. É autêntico, não é genérico. Melhor
do que mergulhar em sites bombásticos de street style para pesquisar
referências 2012/13, é assistir ao filme W.E. É moda transgressora vestida
por uma mulher que se comportava como tal.É (repito) de tirar o fôlego!
Trailer W.E- O Romance do Século.
Trailer W.E- O Romance do Século.
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